You and me
Os clichés são recorrentes na vida. "Quando menos esperares... as coisas acontecem"; "Pode estar ao teu lado e não estares a ver"...
Já ouvi estas frases, dezenas de vezes. De gastas que estão deixam de produzir sentido na minha cabeça. O sentido só surge quando se aterra de pára-quedas num destes clichés. Tu fizeste-me abrir o para-quedas. Aliás, depois de uma semana em queda livre.
Colegas que nunca tinham trocado mais do que meia dúzia de bons-dias e uma conversa azeda onde tive de fazer valer o meu lugar na hierarquia. Pareceste-me um miúdo. Tão imaturo profissionalmente quanto inocente e honesto. O suficiente para admitir o que qualquer outra pessoa negaria.
Era difícil não te ver passar nos corredores. Uma cara de miúdo, uns olhos sorridentes. Um ar discreto, mas com um brilho que sobressaía ligeiramente. Sentia-me tão invisível aos teus olhos quanto aos dos outros. Mas no teu caso não me era indiferente a tua indiferença. Só mais uma na estrutura, pensava eu que tu pensavas. Até que um convite desse site de amigos me alertou para o facto de ter despertado a tua atenção. Uma troca agradável de palavras fez-me vibrar por perceber que era fácil conquistar a tua inocente e amigável forma de ser. Eu que carregava o estigma de ser rude e implacável no escritório.
Fomos sair e depois de um café, muita conversa ao som de jazz, no meu local preferido, de marulhares de rio e pontes luminosas, perguntei-te o que fazias quando estás interessado em alguém que sentes que está interessado em ti.
Beijaste-me como resposta. E eu recuei. O meu recuo incitou-te. Senti-o. Contaste-mo (coisa da psique masculina que gosta da luta e da reserva na entrega incondicional). Beijámo-nos com a sofreguidão das bocas que já se conhecem. Com a ternura de quem já se amou alguma vez na vida. E essa ternura foi aumentando, à medida que temos escondido o segredo dos outros. No dia em que os outros namoravam tu vieste a minha casa amar-me. A noite toda. Conhecer o meu corpo. Emprestar-me o teu. E sentimos a compatibilidade. A que eu não conhecia há muito. Pelo meio ficou um jantar, um cinema. Coisas que há muito ninguém queria partilhar comigo. Tu sim. Aceitaste.
Acho que disfarçamos mal o desejo. Os olhares traem-nos e alegria que transbordamos serve de claro indício aos outros...
Já ouvi estas frases, dezenas de vezes. De gastas que estão deixam de produzir sentido na minha cabeça. O sentido só surge quando se aterra de pára-quedas num destes clichés. Tu fizeste-me abrir o para-quedas. Aliás, depois de uma semana em queda livre.
Colegas que nunca tinham trocado mais do que meia dúzia de bons-dias e uma conversa azeda onde tive de fazer valer o meu lugar na hierarquia. Pareceste-me um miúdo. Tão imaturo profissionalmente quanto inocente e honesto. O suficiente para admitir o que qualquer outra pessoa negaria.
Era difícil não te ver passar nos corredores. Uma cara de miúdo, uns olhos sorridentes. Um ar discreto, mas com um brilho que sobressaía ligeiramente. Sentia-me tão invisível aos teus olhos quanto aos dos outros. Mas no teu caso não me era indiferente a tua indiferença. Só mais uma na estrutura, pensava eu que tu pensavas. Até que um convite desse site de amigos me alertou para o facto de ter despertado a tua atenção. Uma troca agradável de palavras fez-me vibrar por perceber que era fácil conquistar a tua inocente e amigável forma de ser. Eu que carregava o estigma de ser rude e implacável no escritório.
Fomos sair e depois de um café, muita conversa ao som de jazz, no meu local preferido, de marulhares de rio e pontes luminosas, perguntei-te o que fazias quando estás interessado em alguém que sentes que está interessado em ti.
Beijaste-me como resposta. E eu recuei. O meu recuo incitou-te. Senti-o. Contaste-mo (coisa da psique masculina que gosta da luta e da reserva na entrega incondicional). Beijámo-nos com a sofreguidão das bocas que já se conhecem. Com a ternura de quem já se amou alguma vez na vida. E essa ternura foi aumentando, à medida que temos escondido o segredo dos outros. No dia em que os outros namoravam tu vieste a minha casa amar-me. A noite toda. Conhecer o meu corpo. Emprestar-me o teu. E sentimos a compatibilidade. A que eu não conhecia há muito. Pelo meio ficou um jantar, um cinema. Coisas que há muito ninguém queria partilhar comigo. Tu sim. Aceitaste.
Acho que disfarçamos mal o desejo. Os olhares traem-nos e alegria que transbordamos serve de claro indício aos outros...
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